Por Kauã Moraes – 1°ano E.M.
Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado uma transformação significativa no seu mapa religioso. O crescimento expressivo do número de evangélicos vem ganhando destaque nas pesquisas, nos debates públicos e nas ruas das grandes cidades e do interior. Mais do que um fenômeno religioso, trata-se de um movimento que impacta profundamente a cultura, a política, a economia e o comportamento social.
Segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os evangélicos já representam cerca de 35% da população brasileira, consolidando-se como o segundo maior grupo religioso do país, atrás apenas dos católicos. A projeção é que, até 2032, os evangélicos se tornem a maioria religiosa no Brasil.
Imagem retirada do Google.
Crescimento acelerado
O crescimento tem sido impulsionado principalmente pelas igrejas pentecostais e neopentecostais, como a Assembleia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus, entre outras. Com uma abordagem voltada para a experiência pessoal com Deus, cultos vibrantes e forte presença na mídia, essas igrejas conseguem atrair diferentes públicos — das periferias urbanas ao meio empresarial.
Para o sociólogo Ricardo Mariano, especialista em religiões no Brasil, o avanço evangélico pode ser explicado por uma série de fatores: “Trata-se de um modelo de religiosidade mais próximo do cotidiano das pessoas, que oferece acolhimento, senso de comunidade e soluções práticas para problemas da vida”, afirma.
Impacto social e político
O crescimento do evangelho também tem implicações sociais. Igrejas evangélicas desempenham papéis importantes em ações comunitárias, recuperação de dependentes químicos, apoio a famílias e combate à violência. Além disso, a influência política do segmento é cada vez mais evidente: a chamada “bancada evangélica” no Congresso Nacional tem ganhado força e se posicionado em temas como educação, costumes, direitos civis e economia.
Desafios e críticas
Apesar do crescimento, o movimento evangélico enfrenta desafios, como o risco de mercantilização da fé, escândalos envolvendo líderes religiosos e tensões com outros grupos religiosos e culturais. No entanto, a diversidade dentro do próprio movimento também permite autocrítica e renovação.