Por Hugo Cozendey — 1° ano E.M
Em meio ao caos da Segunda Guerra Mundial, quando o mundo parecia afundar na escuridão da intolerância e do medo, um homem no pequeno consulado japonês em Kaunas, na Lituânia, tomou uma decisão que mudaria milhares de vidas. Seu nome era Chiune Sugihara, e sua coragem silenciosa o transformou em um dos maiores heróis desconhecidos do século XX.

Imagem retirada do Pinterest.
Em 1940, Sugihara era o vice-cônsul do Japão na Lituânia. Com a invasão nazista se aproximando, milhares de judeus tentavam desesperadamente fugir da Europa. A única rota possível passava pela União Soviética, exigindo vistos de trânsito para o Japão e era aí que Sugihara entrava.
O governo japonês havia deixado claro: não emitir vistos para refugiados sem documentos adequados. Mas diante das filas de famílias desesperadas à porta do consulado, Sugihara enfrentou um dilema ético profundo. Obedecer às ordens ou seguir sua consciência?
Durante três semanas intensas, Sugihara escreveu vistos à mão, dia e noite, chegando a emitir cerca de 300 por dia. Mesmo quando foi forçado a deixar o consulado, continuou escrevendo vistos na estação de trem, jogando os papéis pela janela para os que ainda esperavam.

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Estima-se que mais de 6.000 judeus foram salvos graças à sua ação muitos dos quais reconstruíram suas vidas em países como Canadá, Austrália, Israel e Brasil.
Após a guerra, Sugihara foi demitido do serviço diplomático japonês. Nunca recebeu reconhecimento oficial de seu país durante sua vida. Viveu modestamente, trabalhando como tradutor e vendedor.
Foi apenas em 1985, já idoso, que recebeu o título de “Justo entre as Nações” pelo memorial Yad Vashem, em Israel uma homenagem concedida àqueles que arriscaram suas vidas para salvar judeus durante o Holocausto. Chiune Sugihara não empunhou armas, não liderou exércitos. Seu ato de resistência foi feito com tinta e papel e com uma convicção inabalável de que a vida humana vale mais do que qualquer ordem burocrática.
Hoje, escolas, ruas e monumentos em diversos países carregam seu nome. E milhares de descendentes dos refugiados que ele salvou continuam a contar sua história, para que o mundo jamais esqueça que, mesmo em tempos sombrios,