Por Miguel Moreira – 1°ano EM.
A determinação do Ministério da Fazenda classifica tipos de jogos de azar como jogos online, seguindo certas regulamentações, porém a legalização pode resultar em problemas na Saúde Pública devido à falta de recursos para lidar com o vício em jogos, conhecido como “jogo patológico”, segundo especialistas. Rodrigo Machado, médico especializado em Transtornos do Impulso no Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP, discute os efeitos na saúde provocados pelo jogo de azar, classificado como uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir de 2018.
De acordo com o especialista, informações provenientes de nações que já implementaram a legalização desses aparelhos indicaram que a busca por serviços médicos especializados pode quadruplicar. Ele afirma que os sistemas de saúde de cada país devem estar prontos para enfrentar o aumento na procura, o que é um desafio significativo imposto por essa realidade.
Conforme o psiquiatra, a falta de capacitação nacional é um problema central, pois no Brasil, os níveis de atenção à saúde — primário, secundário e terciário — são insuficientemente preparados para lidar com o vício em jogos de azar. Ele explica que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) frequentemente não possuem a formação necessária para tratar essas condições, levando muitos dos casos diretamente a serviços terciários, como o próprio Instituto de Psiquiatria.
Uma das soluções apontadas é a capacitação intensiva para profissionais de saúde em todos os níveis ao invés de focar exclusivamente em especialistas de alto nível. Ele ressalta a necessidade de formar e preparar bem os psiquiatras de linha de frente e médicos da família para lidarem com casos de vício em jogos de azar. Essa preparação deve incluir, segundo ele, programas de educação amplos e a formação de um número maior de psicólogos e psiquiatras qualificados.
Imagem retirada do Google
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